Ninguém está isento de sofrer com feridas expostas na pele. Elas podem ocorrer de forma acidental ou decorrentes de intervenções cirúrgicas e problemas de saúde. De qualquer maneira, é fundamental saber como realizar a higienização e tratamento para a redução das chances de complicações.
Uma das dúvidas mais frequentes é sobre quais profissionais estão habilitados a realizar os cuidados com o ferimento. Ao contrário do que muita gente imagina, os Cuidadores de Idosos não estão entre os indicados para essa função. Somente médicos, enfermeiros e auxiliares ou técnicos de enfermagem podem atender tal necessidade.
Além do mais, existem diferentes tipos de feridas e variadas formas de tratamento. Diante disso, precisamos estar cientes de como proceder corretamente quando algum familiar ou nós mesmos enfrentamos feridas expostas.
Se você quer saber mais sobre o tratamento e os cuidados com feridas expostas, continue acompanhando esta publicação. Ela trará uma série de informações importantes a respeito do assunto. Confira!
O que são feridas expostas?
Antes de seguirmos adiante, precisamos compreender bem o que são feridas expostas e como elas se revelam na estrutura da pele humana. Para tanto, devemos considerar que há duas camadas básicas que protegem o nosso corpo: a derme e a epiderme.
A derme é mais profunda e abriga glândulas com funções lubrificantes e bactericidas. Já a epiderme é a camada externa, responsável por proteger o corpo contra a entrada de micro-organismos, a dessecação e o atrito.
As feridas expostas são consideradas falhas na integridade dessas estruturas da pele. E, dependendo da profundidade e complexidade do ferimento, determinamos qual é o seu tipo. No próximo tópico você verá mais a respeito dessas classificações.
Principais tipos de feridas expostas
Dentre as razões para feridas, em especial nas pessoas idosas, está a diabetes. Uma das consequências da negligência com feridas expostas ocasionadas pela diabetes é a amputação de membros. Por isso, esteja atento(a) ao tipo de lesão observada para um cuidado adequado:
- Superficiais X Profundas: feridas expostas profundas atingem a epiderme e a derme. Em alguns casos, outras estruturas também são afetadas, como os músculos, as cartilagens, vasos sanguíneos, tendões e ossos. Já as superficiais atingem somente a epiderme e têm uma cicatrização mais simples;
- Escoriações: é o popular “ralado” na pele que pode vir a atingir tanto a epiderme como mucosas, gerando sangramentos e dores intensas devido à agressão de terminações nervosas;
- Ferimentos corto-contusos: são ocasionados por objetos cortantes e variam conforme o grau de profundidade da lesão;
- Esmagamentos: embora nem sempre representem um rompimento total dos tecidos, podem levar à deformidade e à perda de funções do membro ou região afetada;
- Feridas agudas ou crônicas: são feridas constantes ou recorrentes, normalmente associadas à diabetes mellitus, embora também possam surgir devido a hipertensão arterial, neoplasias, hanseníase, úlceras e outras doenças.
Cuidados com feridas expostas
Como mencionado na parte introdutória, os cuidados com feridas expostas devem ser feitos somente por profissionais da saúde habilitados, preferencialmente enfermeiros. Dentre os cuidados necessários, estão:
- Limpeza com água potável e sabão neutro: essa é a melhor opção para a higienização das áreas afetadas, a não ser que se trate de um caso crônico e que envolva o uso exclusivo de soluções prescritas por médico ou enfermeiro;
- Solução salina ou soro fisiológico: são produtos seguros para higienizar feridas expostas sem provocar efeitos colaterais;
- Soluções antissépticas: são produtos com propriedades bactericidas mas que não podem ser utilizados sem prescrição por recomendação do Ministério da Saúde, pois podem ser tóxicos e prejudicar a reconstrução da pele;
- Soluções tópicas: são produtos como cremes e pomadas que também só podem ser usados sob prescrição médica;
- Coberturas para feridas: são substâncias fluidas ou em placas usadas para o tratamento de feridas, prescritos por enfermeiro mediante uma avaliação criteriosa.
- Espumas de poliuretano: são produtos indicados quando a ferida libera exsudato (fluído inflamatório) pois protegem a estrutura da pele, além de reduzirem a dor;
- Hidrogéis: são usualmente recomendados para os cuidados de feridas e úlceras para a hidratação da pele necrosada;
- Hidrocoloides: são curativos gelatinosos ou pastosos que preenchem cavidades de feridas expostas e reduzem a dor, usados em casos especiais;
- Anti-bacterianos: são produtos de uso tópico que agem diretamente na área afetada e evitam a demanda por antibióticos de uso oral;
- Plásticos filme: são usados em alguns casos para compor uma das camadas de um curativo, em especial quando há a necessidade de manter a região úmida;
- Curativos: normalmente feitos com gazes e esparadrapos, eles demandam de ao menos 3 trocas diárias e extremo cuidado para não soltarem fiapos nos ferimentos.
Fatores que podem interferir na cicatrização
Diversos fatores interferem diretamente na cicatrização plena de feridas expostas. Um dos principais é prestar uma assistência profissional adequada ao paciente, com todos os cuidados técnicos necessários para que o caso não evolua para uma situação crônica.
É fundamental estar atento às recomendações médicas, à higiene do paciente e do local onde ele está, além do uso de luvas e outros artigos de proteção individual para evitar a contaminação. Medicamentos devem ser administrados com rigor, assim como o controle da alimentação e da ingestão de líquidos pelo paciente.
Fonte: Blog do Cuidado por Adriano Colodette Machado
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