Neste artigo, responderemos as 16 principais dúvidas dos pequenos empreendedores e abordaremos os temas que todo dono do próprio negócio deve conhecer!
1. O que é e como fazer o planejamento estratégico?
O planejamento estratégico é uma ferramenta de gestão que tem por objetivo mostrar a direção pela qual a empresa deve seguir. Ele pode ser elaborado no início de um negócio, contendo as metas e objetivos que se pretende atingir ou pode ser implementado em um empreendimento específico, como o lançamento de um novo produto no mercado ou situações correlatas.
A elaboração desse tipo de ferramenta é bem simples e não requer a utilização de recursos adicionais. O que é necessário, de fato, para fazer um bom planejamento estratégico é ter conhecimento sobre o seu negócio e clareza sobre o que se pretende fazer.
2. Análise SWOT: o que é e como fazer?
SWOT é uma sigla em inglês para designar as palavras Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats, que, traduzindo para o bom e velho português, significam: forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.
Entretanto, apenas analisar o conceito pode não ser suficiente para entender, de fato, o que essa ferramenta de gestão significa para um negócio. Ela serve para fazer análises do ambiente em que o negócio está inserido, avaliando uma série de variáveis que o compõem.
Cada um dos conceitos pressupõem uma análise diferenciada. Para aplicá-los, é interessante se basear nos seguintes parâmetros:
forças: significa avaliar as vantagens da empresa em relação aos seus concorrentes. Exemplos disso são a qualidade dos produtos oferecidos e serviços prestados aos clientes, a solidez financeira e muitos outros;
fraquezas: identificar as desvantagens internas da empresa diante os seus concorrentes, por exemplo: custos de produção elevados, instalações inadequadas, marca fraca, entre outros;
oportunidades: classificar os aspectos internos e externos positivos que podem proporcionar uma vantagem competitiva para o estabelecimento. Por exemplo: localização geográfica, alguns benefícios fiscais, entre outros;
ameaças: definir os pontos negativos, da área interna e externa, que podem colocar em risco a viabilidade do seu negócio. Podemos citar como exemplo: novas empresas, saída de colaboradores, modificações na economia etc.
Fazendo uma análise frequente desses 4 pilares da análise SWOT, você terá em mãos um guia sempre atualizado sobre como agir frente a determinada situação, seja ela boa ou ruim, podendo extrair, ao máximo, as vantagens e superar as fraquezas do seu empreendimento.
3. Qual a diferença entre metas e objetivos do seu negócio?
Quando se trata dos objetivos, são abordadas maiores visões, ou seja, coisas grandes que a sua empresa pretende conquistar. Por exemplo: triplicar o faturamento em 5 anos, crescer 50% em 12 meses, entre outros. Ou seja, elas são, em sua maioria, de médio ou longo prazo e dependem de pequenos passos para serem cumpridos, que são as metas.
As metas, por sua vez, são a fragmentação do seu objetivo em pequenas etapas. Por exemplo, para triplicar o faturamento em 5 anos, você precisará lançar 3 novos produtos no mercado ou aumentar em 30% o número dos seus clientes a cada ano. Esse passo a passo se refere às metas.
Tanto elas quanto os objetivos devem sempre ter um prazo definido para acontecerem. Afirmar que “algum dia” terá um número determinado de clientes é muito impreciso. Por isso, é muito importante definir uma data para atingir cada um dos planos que você traçou.
4. O que é escalabilidade de negócio?
Escalabilidade é a capacidade que um negócio tem de crescer e se desenvolver mediante a aplicação de recursos por parte dos seus sócios. Nesse sentido, esse conceito é uma análise que deve ser feita antes de investir dinheiro em um empreendimento.
É necessário verificar se ele é escalável, ou seja, se tem chances de crescimento com o passar do tempo e até que ponto é capaz de chegar, principalmente, se você pretende abrir uma empresa com pouco dinheiro.
5. O que é Capital Social?
O capital social é um montante que os sócios ou acionistas de uma empresa inserem para a sua abertura. Basicamente, é a quantia investida para que o empreendimento possa dar os primeiros passos e começar a gerar resultados.
Qualquer empresa, no início de suas atividades, pode ter dificuldade para gerar receitas suficientes para cobrir todas as suas despesas. Nesse sentido, entra a importância desse item. Com ele, será possível ter uma segurança maior em relação aos gastos do empreendimento.
O seu conceito pode ser dividido em duas partes. Ao discutir sobre ele, é importante lembrar que se trata de um termo que tem muita influência das ciências contábeis. Conheça, a seguir, ambas as suas divisões.
Subscrito
A primeira parte é o subscrito. Nele, é informado o valor que cada sócio pretende integralizar. Isso pode ocorrer com pessoas que abrem empresas, mas ainda não têm todo o recurso para poder injetar no negócio.
Assim, o empreendimento é constituído e o seu capital social é subscrito, ou seja, como se fosse um compromisso dos sócios para com a empresa, partindo da integralização daquele montante especificado.
Integralizado
O capital integralizado é, de fato, o montante que foi passado para a empresa. Sendo assim, é a fase que o sócio, que subscreveu anteriormente, faz a transferência total do montante para a empresa, consideramos que ele foi integralizado.
Geralmente, o capital social não tem um valor pré-determinado. Ou seja, você pode abrir uma empresa com qualquer valor, desde que seja capaz de cobrir os gastos no início das operações.
Entretanto, existem algumas modalidades que exigem um valor mínimo de investimento. É o exemplo daqueles empreendedores que desejam abrir empresa sem sócio. As Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada (EIRELI), por exemplo, necessitam de um capital totalmente integralizado de no mínimo 100 salários mínimos, de acordo com o vigente no país.
6. O que é um regime de tributação?
O regime de tributação é, basicamente, o que determina a metodologia de cálculo dos tributos da sua empresa. Nesse sentido, quando essa definição é feita de forma equivocada, o seu negócio pode acabar tendo que pagar mais impostos do que realmente era devido.
A Legislação Fiscal permite que você selecione o regime que melhor se encaixa em seu negócio. Para tanto, é necessário conhecer cada um deles e os principais fatores que devem embasar a escolha. Confira!
SIMPLES NACIONAL
O Simples Nacional é o regime de tributação que alcança o maior número de empresas no Brasil. Podem ser enquadradas nessa modalidade as empresas que têm faturamento acumulado, nos últimos 12 meses, de até R$ 4.8 milhões e não explorem nenhuma atividade impeditiva, conforme determina a Lei.
Muitas pessoas acabam selecionando essa modalidade induzidas pelas facilidades que ela apresenta, embora isso pode ser extremamente prejudicial, tendo em vista que os tributos são calculados observando apenas as receitas do negócio.
Empresas que têm um número maior de gastos podem ser prejudicadas se mantiverem no Simples Nacional. Isso porque existem outros modelos que consideram os custos e despesas para o cálculo dos seus impostos.
LUCRO PRESUMIDO
O Lucro Presumido é uma modalidade que muitos empreendedores escolhem, principalmente, aqueles que exercem algum tipo de atividade que não pode ser enquadrada no Simples Nacional. Esse regime de tributação tem uma premissa diferente de todos os outros e está relacionada, principalmente, à forma de cálculo de dois tributos incidentes sobre o faturamento o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Nele, a base de cálculo para aplicação das alíquotas dos impostos é fixada pela Receita Federal e pode variar entre 1,6% a 32%, dependendo da atividade que a empresa explora. Por exemplo, um posto de combustível tem sua base de cálculo fixada em 1,6%, sendo assim, se ele faturou R$ 100.000,00 durante um período, a base para aplicação das alíquotas desses dois impostos será de apenas R$ 1.600,00.
LUCRO REAL
Por fim, essa é a modalidade de tributação mais complexa que existe. Porém, ela pode trazer alguns benefícios para a empresa que tem um nível de despesas muito grande, uma vez que considera esses valores para reduzir a base de cálculo do IRPJ e CSLL.
Portanto, para a definição desse regime de tributação, é crucial que você analise, a fundo, todas as receitas e, principalmente, as despesas. Em muitos casos, uma modalidade mais complexa, como o Lucro Real, pode proporcionar um resultado melhor com uma redução considerável nos seus impostos pagos.
7. O que são obrigações acessórias?
As obrigações acessórias são uma série de informações encaminhadas aos órgãos tributantes, por meio de alguns sistemas próprios de cada um deles. A quantidade de declarações ou demonstrativos enviados dependerá do regime de tributação que você selecionou.
Uma das mais conhecidas e temidas pelos empresários brasileiros está relacionada ao Sistema Público de Escrituração Digital, o famoso SPED. Esse é um programa criado pela Receita Federal para integrar o envio de uma série de informações aos órgãos tributantes. Conheça agora algumas dessas obrigações acessórias:
SPED ICMS/IPI: enviado para as Secretarias de Estado da Fazenda, demonstrando a apuração do ICMS ou para a Receita Federal, a fim de comprovar a apuração do IPI;
ECD (SPED Contábil): substituiu o Balanço Patrimonial, registrado na Junta Comercial das empresas tributadas pelo Lucro Real e Presumido;
ECF: a Escrituração Contábil Fiscal substituiu a antiga Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (DIPJ).
Além dessas, existem várias outras obrigações que são destinadas às empresas enquadradas no Simples Nacional, como o envio mensal da apuração e a DEFIS.
8. Quais são as principais peças contábeis da minha empresa?
Outra dúvida de empreendedores é com relação às peças contábeis que são emitidas pela contabilidade da sua empresa. Muitos, simplesmente, recebem esses documentos, colocam na gaveta e apresentam apenas para bancos ou fornecedores, quando necessário.
Isso é um grande erro, afinal, nesses documentos estão contidas as mais valiosas e cruciais informações para o seu negócio. Elas podem servir como um mapa que guiará o seu empreendimento a outro estágio de faturamento e geração de resultados.
Portanto, saiba agora quais são as principais demonstrações contábeis emitidas para a sua empresa.
BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações contábeis mais conhecidas. Por meio dele, você terá a posição da situação da sua empresa ao final de um ano. Além disso, nele, é possível verificar o saldo das contas de caixa, bancos, clientes a receber, fornecedores e empréstimos a pagar, bem como o seu patrimônio como um todo.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Já a Demonstração de Resultados servirá para demonstrar o lucro ou prejuízo que a empresa obteve em determinado período. Com ela, você será capaz de visualizar todos gastos e receitas que foram obtidos durante o ano.
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC)
A Demonstração do Fluxo de Caixa, como o próprio nome sugere, servirá para demonstrar a entrada e saída de recursos em espécie do seu caixa ou de contas bancárias que a empresa utiliza. A DFC será de apresentação obrigatória para algumas empresas e deve compor obrigações acessórias, como o SPED Contábil. Além do mais, essa é uma excelente ferramenta de gestão para o seu empreendimento.
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)
Enquanto que a DMPL é um demonstrativo que informa as mutações que ocorreram no patrimônio líquido da sua empresa, tais como a distribuição de lucros e a própria integralização de capital, vistos em outro tópico deste artigo. Por meio dela, você poderá identificar como o patrimônio líquido da sua empresa variou ao longo do tempo, as distribuições que foram efetuadas, lucros ou prejuízos auferidos. Além de ser uma excelente ferramenta de gestão para o seu negócio, algumas empresas são obrigadas a apresentarem esse documento à Receita Federal juntamente ao seu Balanço Patrimonial e demonstração de resultados.
9. Qual a diferença entre custos, despesas e investimentos?
Muitas pessoas fazem confusão com os conceitos de custos e despesas. No dia a dia, é comum a utilização desses termos de forma equivocada, ao analisar do ponto de vista das empresas.
Existe uma diferença substancial entre os dois conceitos, as despesas são gastos corriqueiros do dia a dia da empresa, mas que não têm vínculo direto com os produtos ou serviços que são oferecidos pelo seu negócio. Os custos, por sua vez, são gastos que têm relação direta com a produção, vendas ou prestação de serviços em seu negócio.
Por fim, os investimentos também são classificados como gastos, entretanto, estes por sua vez têm como objetivo gerar retornos financeiros para a empresa. Podem ser classificados como investimentos a compra de uma ferramenta ou máquina que possibilitará aumentar a produção, ou o número de vendas na sua empresa.
10. Qual é a diferença entre custos fixos e variáveis?
O conceito de custos é muito bem difundido, tanto no meio empresarial quanto no dia a dia. Basicamente, eles correspondem aos gastos necessários para colocar o seu produto ou serviço à disposição dos seus clientes.
Os gastos fixos, são aqueles que não mudam de acordo com o aumento ou diminuição das vendas. Por exemplo, se você tem uma loja, a energia elétrica ou o aluguel não variam de acordo com o volume de negócios realizados. Já variáveis, ao contrário, são aqueles que sofrem mutações de acordo com as mudanças na quantidade de produtos ou serviços vendidos, como é o caso das comissões de vendedores.
11. O que é capital de giro?
Capital de giro é o montante necessário para que a empresa possa operar de forma eficiente. Ele pode ser obtido por meio dos sócios da empresa, aplicando dinheiro ou integralizando por meio do capital social, ou pelos empréstimos bancários. No entanto, essa última alternativa pode não ser muito vantajosa caso os juros cobrados sejam excessivos, mesmo que os prazos para pagamento sejam longos.
A falta dessa aplicação pode prejudicar em muito as operações da empresa. Ela pode ficar sem recursos suficientes para comprar mercadorias para comercialização, produção ou prestação de serviços. Por isso, é importante que os gestores façam um bom controle do seu capital de giro e se antecipem, caso identifiquem a necessidade de captar recursos para essa finalidade.
12. O que é o ponto de equilíbrio em meu negócio?
O break evening point, ou, traduzindo para português, ponto de equilíbrio, é uma métrica que mensura o momento exato em que todos os gastos de uma empresa ou empreendimento específico é igual ao volume de receitas gerados por ele. Esse dado é importante para que a gestão da empresa saiba o quanto precisam vender para pagar todos os custos gerados.
O cálculo do ponto de equilíbrio é muito simples, entretanto, é necessário reunir algumas informações. Você precisará saber os gastos fixos mensais do seu negócio, bem como a margem de contribuição, que nada mais é do que a subtração das suas receitas pelos custos variáveis.
13. Como apurar o lucro de um negócio?
A apuração do resultado de uma empresa é outra dúvida muito frequente. Essa tarefa, geralmente, deve ser feita com a participação ativa de um profissional da área contábil. Para o cálculo, será necessário reunir todas as receitas e despesas que foram geradas no período que se pretende aferir.
A obtenção do resultado é bem simples, basta subtrair o que foi ganho daquilo que foi gasto. Contudo, para chegar até o valor de cada um desses elementos, é necessário coletar uma série de dados e informações anteriores que servirão como base para chegar a eles. Além dos gastos da empresa, também é necessário incluir, no cálculo, os tributos e valores pagos aos funcionários e demais despesas trabalhistas.
14. O que é o controle de estoque?
O controle de estoque é um procedimento que visa gerenciar a quantidade de produtos armazenados para utilização na prestação de serviços, produção e, principalmente, na revenda. Quando não é bem feito, a empresa pode ter problemas na hora de atender a determinadas demandas dos seus clientes. Sendo assim, é importante que esse gerenciamento seja realizado diariamente e, de preferência, de forma automatizada.
Atualmente, os ERPs disponíveis no mercado já têm funções que facilitam o controle de entrada e saída de mercadorias. Tudo feito por meio da automação, dispensando trabalhos de contagem ou conferências manuais.
15. O que é um ERP?
ERP é uma sigla utilizada para designar o termo Resource Planning, que, traduzido para o nosso idioma, significa, Sistema Integrado de Gestão Empresarial. Basicamente, estamos tratando de um software que pode controlar todas as informações da empresa, integrando e gerenciando dados, processos e recursos de todas as áreas de um empreendimento.
A principal vantagem do ERP é a integração. Ele é capaz de utilizar um documento de entrada, por exemplo, e realizar todas as operações necessárias de forma automática, dependendo apenas de alguns cliques, como para a provisão de pagamento para o fornecedor, movimentação de estoque, inclusão de dados fiscais, entre outras opções.
Um bom programa proporciona mais agilidade e praticidade no dia a dia das organizações, pois elimina uma série de procedimentos manuais, substituindo velhas práticas por novos processos totalmente integrados e mais confiáveis, tendo em vista que alguns procedimentos humanos podem ser sujeitos a erros de digitação.
16. Qual a diferença entre preço de custo e de venda?
O preço de custo é o montante que o produto ou serviço utilizou para ser disponibilizado para o seu cliente. Nele devem ser incluídas todos os gastos como compras, fretes, colaboradores envolvidos, tributos, entre outros.
O preço de venda, basicamente, é o valor que os clientes pagarão pelo produto ou serviço. Nesse caso, ele deve ser somado ao preço de custo. Assim, a empresa realizará a venda e obterá seu lucro.
Essas são as principais dúvidas de empreendedor sobre conceitos, ferramentas e termos. São muitas, entretanto, entendendo cada uma delas, é possível aperfeiçoar a gestão de seu negócio e elevá-lo a outro patamar de faturamento e lucratividade.
Fonte: Contabilizei por Vitor Torres
Imagem: Freepik